A epilepsia é um distúrbio cerebral que causa convulsões recorrentes e não provocadas. Seu médico pode diagnosticá-lo com epilepsia se você tiver duas convulsões não provocadas ou uma convulsão não provocada com alto risco de mais. Nem todas as convulsões significam que a pessoa tem epilepsia. As convulsões podem estar relacionadas a uma lesão cerebral ou uma doença aguda ou a um traço familiar, mas muitas vezes a causa é completamente desconhecida.
A palavra "epilepsia" significa simplesmente a mesma coisa que "distúrbios convulsivos". Não indica nada sobre a causa das convulsões da pessoa ou sua gravidade.
Às vezes, seu eletroencefalograma (EEG), história clínica, história familiar e tipos de crise e evolução do quadro são semelhantes a outro grupo de pessoas com epilepsia. Nessas situações, sua condição pode ser definida como uma síndrome epiléptica específica.
Essas características incluem:
• Tipo ou tipos de convulsões
• Idade em que as convulsões começam
• Causas das convulsões
• Se as convulsões são herdadas
• A parte do cérebro envolvida
• Fatores que provocam as convulsões
• Quão severas e quão frequentes são as convulsões
• Um padrão de convulsões por hora do dia
• Certos padrões no EEG (eletroencefalograma), durante e entre as convulsões
• Achados de imagem cerebral, por exemplo, ressonância magnética (ressonância magnética) ou tomografia computadorizada (tomografia computadorizada)
• Informação genética
• Outros distúrbios além das convulsões
• As perspectivas de recuperação ou piora das crises
Nem toda síndrome será definida por todas essas características, mas a maioria das síndromes será definida por várias delas. Classificar a epilepsia de uma pessoa como pertencente a uma determinada síndrome geralmente fornece informações sobre quais medicamentos ou outros tratamentos serão mais úteis. Também pode ajudar o médico a prever se as convulsões entrarão em remissão (diminuir ou desaparecer).
A privação de sono pode afetar o controle das crises epilépticas, uma vez que o sono é importante para a regulação da atividade elétrica do cérebro. Durante o sono, o cérebro passa por diferentes fases e a atividade elétrica pode mudar, o que pode afetar o equilíbrio do cérebro e desencadear crises.
Além disso, a privação de sono pode aumentar o estresse e a ansiedade, o que também pode aumentar o risco de crises epilépticas. Existem síndromes epilépticas que são especialmente sensíveis a privação de sono.
Manter uma rotina saudável de sono pode ajudar a controlar a epilepsia e reduzir o risco de crises.
É importante ter uma boa higiene do sono, evitando estimulantes antes de dormir, criando um ambiente tranquilo e confortável e estabelecendo uma rotina consistente de sono procurando dormir uma mesma quantidade de horas diariamente.
Sim, pessoas com epilepsia podem ser autorizadas a dirigir desde que preencham os critérios estabelecidos pelo CONTRAN na resolução no 425/2012 que dispões sobre aptidão física, mental e psicológica para obtenção da Carteira Nacional de Habilitação.
No trecho referente a avaliação neurológica, temos as seguintes orientações: a pessoa com epilepsia deverá trazer o resultado de exames complementares, informações fornecidas pelo seu médico assistente (com quem faz acompanhamento há no mínimo um ano) em um questionário específico obtido na própria resolução. Há normas diferentes para as pessoas com epilepsia em uso ou não de medicamento.
Pessoas com epilepsia em uso de medicamento (grupo I), para serem consideradas aptas a dirigir deverão:
1) Estar há um ano sem crises epilépticas entendendo-se como crises epilépticas não apenas as convulsivas, mas qualquer outro tipo de crise como ausências, mioclônicas, focais dentre outras;
2) Ter um parecer favorável do médico assistente;
3) Ser plenamente aderente ao tratamento.
Para as pessoas com epilepsia em retirada de medicação serem consideradas aptas deverão:
1) Não ter epilepsia mioclônica juvenil;
2) Estar, no mínimo há dois anos sem crises epilépticas de qualquer tipo;
3) Retirada de medicação com duração mínima de seis meses;
4) Estar no mínimo há seis meses sem crises epilépticas de qualquer tipo após a retirada da medicação;
5) Ter parecer favorável do médico assistente.
Fonte: Dra. Isadora Queiroz - Neurofisiologia CRM 3998 RN | RQE 826